quarta-feira, 13 de maio de 2009
Uma economia de mercado
Uma imensa feira de ilustres desconhecidos. Dez vezes o tamanho do Anhembi em São Paulo, repleto de todos os tipos de produtos genéricos que você possa imaginar de prego, cabo, tomada, a caminhão, trator e máquinas pesadas. Passando, é claro, por materiais de construção em geral e informática. Teoricamente todos que lá estão são fabricantes. Produzem em grande quantidade e vendem a preços que comparativamente com os adotados no Brasil representam apenas 20%.
A feira de Guangzhou, ou Canton Fair, na China, como é mais conhecida, está na sua 105ª edição. Ela se divide em três fases com 55 mil expositores tomando conta dos 1,1 milhão de metros quadrados. A estimativa é que este ano a feira iniciada em 15 de abril e que se estende até 7 de maio, movimente o equivalente US$ 10 bilhões, pelo menos. A primeira fase da feira encerrou em 19 de abril, momento acompanhado de perto por uma comitiva de empresários estaduais, organizados pelo Sebrae/MT. Nesta fase estavam expostos produtos como: eletrônicos e eletrodomésticos, hardwares e ferramentas, maquinário, veículos e peças, materiais de construção, equipamentos de iluminação e produtos químicos.
A segunda fase começou no último dia 23 de abril e vai até 28 com o foco em produtos de decoração, presentes e consumer goods. A terceira fase entra em exposição de 3 a 7 de maio com materiais de confecção e tecidos, sapatos, equipamentos para escritório, malas, produtos de recreação, produtos medicinais, remédios e equipamentos para a saúde, alimentação e produtos nativos.
Chegar até a feira é tarefa fácil pra quem está na cidade. Metrô, ônibus gratuitos ou mesmo táxis fazem o percurso dos hotéis ao complexo da feira constantemente. São duas estações de metrô que servem ao evento: Xingang Dong e a Pazhou. A melhor opção obviamente é aquela cuja linha passa mais próximo do hotel em que se está hospedado de preferência que não tenha de fazer baldeação. Todavia, mesmo que tenha de fazê-la não há o que temer, já que todos os nomes estão escritos em inglês e com um mapa das linhas disponíveis em todas as estações fica fácil se localizar.
A missão do Sebrae/MT contou em Guangzhou com sete intérpretes, um para cada grupo de três empresários em média o que facilita e muito as negociações com os chineses. A feira não é para curiosos, apesar destes se esbaldarem nas múltiplas possibilidades de compra e de negócios. A feira é para profissionais. Para quem sabe o que quer e não para o transeunte sem bússola. O fato da empresa (fábrica) chinesa estar com um estande na feira não significa que ela é idônea. O ideal segundo informações levantadas no local com pessoas mais experientes em negócios com empresários chineses, é visitar as fábricas. Conhecer os locais de produção e avaliar a capacidade e a idoneidade das empresas antes de encomendar e pagar adiantado para o início da produção. O risco é ver o seu dinheiro transformado em fumaça junto com a empresa fantasma. É bem provável que o governo chinês não tenha interesse nenhum em facilitar a vida destes ectoplasmas, contudo devido ao imenso movimento, quem acaba pagando para ver é o empresário que dificilmente terá o seu dinheiro de volta no caso.
Ainda que consigamos comprar amostras, especialmente nos últimos dias de cada fase da feira, a venda é facultada a grandes encomendas. As quantidades variam conforme a mercadoria, um MP5 4Gb expansível (equipamento eletrônico de áudio e vídeo), por exemplo, tem encomenda mínima de 500 unidades com o convidativo preço de U$ 20 cada. No Brasil um destes não sai por menos de R$ 300. Outro exemplo levantado são os cabos de HDMI. No Brasil são vendidos a R$ 120, na feira podiam ser encomendados a U$ 1,20. É claro que para comprar um trator ou uma grua não há necessidade de grandes encomendas, depende da mercadoria que se está negociando.
A primeira visita tende a ser de reconhecimento da área. Um raio-X das oportunidades de negócio. Caso o interesse seja confirmado o empresário pode e deve buscar o auxílio de importadores para conhecer as taxas e impostos além dos custos de logística. Como no Brasil há aqueles que têm qualidade e os que não têm, vai do ‘faro’ e dos cuidados que o empreendedor se cercar para obter sucesso neste negócio da China.
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