quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Não é junho, mas vamos preparar a quadrilha?

Eu já falei no assunto e volto a insistir neste blog que sei tem uma ótima audiência, especialmente em se tratando de qualidade. Um dia fui contra, hoje eu quero dividir Mato Grosso em três.
Falo isso partindo de um princípio constitucional que estabelece um limite mínimo de oito deputados federais por estado da federação.  A representatividade mato-grossense na Câmara Federal é inexpressiva. Oito deputados federais contra, e é exatamente este o verbo, contra 151 do Nordeste, ou 70 de São Paulo ou ainda 53 de Minas Gerais ou ainda os trinta do Paraná, nos deixa refém da migalha das verbas federais.
Uma frase latina que remonta os tempos do imperador Julio Cesar vem embasar esta minha teoria: Divide ET Impera. Dividir para imperar pode ser uma boa estratégia para o nosso estado que sofre de excesso de quilômetros quadrados e falta de habitantes. Vejamos: Nordeste tem 1,5 milhão de Km², MT tem 903 mil Km². Por outro lado MT tem apenas 3 milhões de habitantes enquanto o Nordeste tem quase 54 milhões de pessoas. Antes que alguém me diga eu sei que a Câmara Federal leva em consideração o número de habitantes por isso a disparidade é brutal, mas eu me pergunto quantas emendas são precisas para duplicar a BR-163 ou a 364? É claro que o número de senadores “iguala” este exército de servidores públicos de alto gabarito que direcionam a verba pública federal para atender as necessidades da população, mas também neste quesito a estratégia latina ou romana se preferirem nos concederia uma vantagem competitiva (para usarmos o jargão do economês que ficou tão bonito aqui, risos…).
Se dividíssemos o Mato Grosso em três teríamos 24 deputados federais e nove senadores. Alguém aí sabe jogar damas, ou mesmo conhece aquele joguinho de tabuleiro chamado WAR? Não é preciso muito cérebro para perceber que teríamos muito mais pessoas trabalhando em prol do estado de Mato Grosso, sim porque apesar das divisões a população nascida antes destas continuaria sendo mato-grossense.
Há quem diga que o custo para se criar um novo estado seria muito alto - sim, mas ele cabe à União. Há quem diga que a planície pantaneira, região da bicentenária cidade de Cuiabá seria extremamente prejudicada porque afinal de contas a dívida pública do velho Matão caberia exclusivamente a nosotros, e eu diria: não vai ser a primeira vez, quem sabe desta vez não conseguimos uma indulgência ou uma moratória de cinquenta anos?
Mas, há outras línguas, especialmente as viperinas que destilam venenos fatais: - seriam mais pessoas para roubarem o dinheiro público!!! E eu digo vamos equilibrar as quadrilhas porque pelo menos as nossas geram emprego aqui e fingem, como muitos empresários de nome, que pagam os seus impostos em dia e sustentam a nossa frágil realidade.

Originalmente publicado no site do Eduardo Gomes, grande Brigadeiro, se não conhece, recomendo: http://www.mtaqui.com.br. A também foi publicado no Diário de Cuiabá e no Midianews, onde a discussão foi ótima, se quiserem aprofundar é só dar um pula lá aqui está a ponte

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Black Swan é filme, não ballet

Pode ser irritante ver um crítico falando mal de um filme que nós gostamos. Especialmente um como Artur Xexéo(O Globo) que tem talento e cultura suficiente para desmontar a beleza que aparentemente vimos ou sentimos como sugere artigo da Ana Claudia Simas também sobre o mesmo filme. Black Swan ou Cisne Negro chegou aos cinemas cuiabanos na semana passada e poucos filmes têm o dom de tirar os nossos sentidos do lugar comum.

Xexéo em seu blog diz que estão incensando demais o filme. Para ele a crítica americana, “acostumada à dieta de adaptações de histórias em quadrinhos cheias de efeitos especiais, comédias eróticas para adolescentes emburrecidos e filmes tolos e românticos para mocinhas ainda casadoiras, trata qualquer produção com ares um pouco mais intelectuais como obra-prima.” Para mim uma maldade com o novo filme do diretor Darren Aronofsky.

O crítico desanca a atriz Natalie Portman chamando-a de insossa. Bom para mim a Natalie certamente ganhará o Oscar no final do mês e, ao contrário do que declarou Zeca Camargo, eu vou bater palma porque simplesmente ela estava sensacional. Ficamos sim com a sensação de uma série de delírios que nos conduzem a um labirinto do qual o diretor não nos retira ao final. Saímos, ou saí eu do cinema sem ar, caçando o chão e querendo entender o que havia se passado na tela e comigo mesmo.

Sabia de antemão que o diretor tinha privilegiado as cenas em close e com câmera na mão para colocar o espectador dentro ou sobre o palco. E obviamente não fui ao cinema ver balé, mas ver um filme. Não me interessa se ela fez ou não o plié como deveria e não tenho conhecimento suficiente para dizer se ela dançou bem ou não tecnicamente. Todavia sentir é uma habilidade que venho desenvolvendo toda a vida e mesmo em um blockbuster previsível sou capaz de desligar o senso crítico e curtir o final chorando junto com o personagem. Fico feliz em não deixar o excesso de racionalidade limitar a minha emoção.

O filme mostra o desabrochar de uma menina superprotegida por uma mãe doente. O processo de autodescoberta da bailarina Nina Sayers (Portman) nos conduz por um mundo extremamente competitivo, desleal e sexualizado.

Li pela internet pessoas dizendo que finalmente alguém mostrou a “realidade” do mundo do balé, e outros dizendo que o filme denegria a imagem da arte. Não conheço este mundo, mas tenho certeza que o choque provocado pelo Cisne de Aronofsky faz jus ao Tchaikovsky. 

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

retorno gradual e efetivo

Bom gente vou buscar todos os meus textos que estão no Jornal Diário de Cuiabá e trazê-los para cá. Não são muitos mas devem manter o blog em movimento afinal depois de quase um ano no ostracismo é o mínimo que eu podia fazer.
Pretendo intercalar estes textos com textos mais atuais e fotografias também. Dentro do possível quero manter este cômodo arejado e organizado (risos).

abraço a todos que ainda passam por aqui.

Grato.

Para começar uma foto de um fenômeno muito legal que rolou este final de semana, pelo menos dava para ver aqui de casa...

Fenômeno Natural

domingo, 28 de março de 2010

TEIA 2010

Este é o primeiro texto e espero postar mais dois pelo menos.




Fortaleza(CE) - Um encontro nacional da cultura. Ponto a ponto a TEIA vem costurando a cultura brasileira. O objetivo dos pontos de cultura é promover ou facilitar atividades culturais que vem sendo desenvolvidas por ONGs e OSCIPs (Organização Social Civil de Interesse Público) do Brasil. O recurso de R$ 60 mil/ano durante três anos vem auxiliar principalmente a compra de equipamentos para a manutenção ou ampliação das atividades.
O TEIA este ano aqui em Fortaleza reúne cerca de quatro mil pessoas de todo o Brasil. São delegados de Pontos, Pontinhos e Pontões, Mestres da Cultura Popular, Griôs e artistas de todos os segmentos. Negros, índios, brancos e mestiços de modo geral. Mineiros, gaúchos, curitibanos, cariocas, paulistas, baianos, cuiabanos, enfim um caldeirão fértil e diversificado.
Aqui estão sendo feitas apresentações artísticas, seminários, debates que devem traçar caminhos novos a partir das experiências compartilhadas. No encontro também será realizado o III Fórum Nacional dos Pontos de Cultura para o qual os delegados, 2500 de todo o Brasil, foram convocados.
Mato Grosso
A delegação do estado inclui 56 representantes, entre pontos e semelhantes, e ainda, o grupo de cururueiros que se apresentaram na sexta-feira e o Linha Dura que se apresenta no sábado. Os Pontos do Mato reúnem dois pontos do pólo Juína; quatro do pólo Alta Floresta; dois, Barra do Garças; Rondonópolis, quatro; Cuiabá, dezesseis; Cáceres,três; Tangará da Serra, cinco; Sorriso, um; Juara, um; Sinop, dois e ainda os Pontões Ação Cultural, Núcleo Baé e Viola de Cocho. Somam-se a estes os pontinhos: Poesia Necessária, Quintal Artístico, Praticutuca e os Pontos que estavam conveniados diretamente com o ministério da Cultura: Porto das Artes, Memória e Identidade Indígena, Cuca Araguaia do Mato Grosso, Rede Yawalapiti, Cultura Apowe e Índios em Rede.
Particularmente faço parte do Ponto de Cultura Espaço Vitória, no Jardim Vitória e firmamos o convênio com a secretaria de estado de Cultura em dezembro do ano passado. O ponto Espaço Vitória pretende atender à comunidade do bairro e adjacências como já vem fazendo o Espaço Vitória que vinculado ao Instituto Centro de Vida – ICV. As atividades são: arte reciclagem, design de produtos, audiovisual, fotografia, teatro, meta-reciclagem e robótica, sempre levando em consideração a perspectiva ambiental e eco-sustentável.

Economia da Cultura
Participei do seminário de debate intitulado Economia Viva, que mistura economia criativa, solidária e sustentabilidade. É incrível como ainda precisamos provar que cultura é representativa para o setor econômico. Já no avião víamos a força do encontro, calculo que 80% dos lugares ocupados no vôo eram de pessoas ligadas ao evento. Os hotéis lotados. O Sebrae ofereceu o almoço para quatro mil pessoas. Os ônibus passavam a cada meia hora. Quantos empregos foram gerados? Quantos impostos foram pagos? Quantos produtos artesanais ou não foram vendidos?



Entender os gargalos da atividade cultural passa necessariamente por uma política tributária mais justa e adequada à realidade do setor. Para que um ponto de cultura venda produtos ele deve ser uma empresa, para tanto ao se constituir juridicamente é taxada como uma empresa comum. Os editais liberam recursos e solapam a parte do leão e da previdência de imediato.







Quem quiser ver mais deste fotógrafo pode entrar no link do Flickr


domingo, 28 de fevereiro de 2010

Emolumento

O que é afinal um emolumento? Consultando o Houaiss vemos que a palavra vem do latim emolumentum,i 'quantia paga ao moleiro para moer o grão; ganho, emolumento; vantagem, proveito', de emolère 'moer bem, pulverizar', der. de molère, pelo fr. émolument (sXIII). Trocando em miúdos como a palavra e o próprio Houaiss sugere é aquilo que se ganha quando se executa bem um serviço. É como uma gratificação.
Pergunto eu, porque perguntar não ofende, o que será que a prefeitura municipal de Cuiabá fez para merecer tanto emolumento. Sim porque recentemente paguei o Imposto Sobre Serviços – ISS da minha empresa e fiquei absurdamente indignado com a tal gratificação. A ponto de me sentir um burro de carga para evitar a rima fácil e pejorativa.
Vejamos: paguei de ISS sobre o faturamento em janeiro, além daquilo que é retido na fonte, o equivalente a R$ 52,82. Deste valor nada menos que R$12,42 é emolumento.
Eu sei. A maioria de você pode estar se perguntando: Mas é só isso? Ele está reclamando por causa de R$ 12!? Antes que se indignem reflitam comigo. O valor do imposto era quarenta reais, doze é trinta por cento. Sim, trinta por cento. Eu tenho a conexão à internet, eu imprimi o boleto, gastei papel e tinta da minha impressora. Se alguém ‘moeu o grão’ foi eu e não a prefeitura. Aliás, que mal pergunte: o que será que eles fazem com estes emolumentos?
É claro que o governo estadual também não fica de fora. Se eu posso arrecadar, arregace as mangas e vamos lá. O Detran também cobra por moer. O recibo do IPVA, obtido da mesma forma que o ISS (com internet e impressora própria) custa R$ 3,20. No meu caso específico 1% do valor do imposto a ser pago. Também acho que mesmo pouco, não devia ser cobrado, porque a gratificação deveria ser minha que evitei formar fila, paguei em dia, imprimi o boleto em casa, etc. etc. etc.
Participando do Bom Dia Maria, como chamamos carinhosamente o café da manhã na casa da minha querida avó, meu primo, advogado, deixou-me ainda mais perplexo. – Você sabe quanto custa uma certidão negativa junto à Justiça Federal? – Não. – Mais ou menos R$ 0,40. Não me contive e perguntei: - E na prefeitura? – Por volta de R$ 48,00.
Enquanto permanecermos passivos continuaremos a carregar nas costas a usura da prefeitura, do estado e do governo federal. Ou você acha que a prefeitura é a única a açambarcar os nossos grãos?

Pensamento

Sim ele é linha dura, mas veja só o que ele disse ao diretor da inteligência que estava sob sua hierarquia: “I have a rule,” General (Colin) Powell told him. “As an intelligence officer, your responsibility is to tell me what you know; tell me what you don’t know; then you’re allowed to tell me what you think. But always keep those three things separate. ”

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010