quarta-feira, 15 de abril de 2009
Dubai
Dubai, 14-04-09. 4 AM
Jet Lag. Eu pensei que tinha resolvido no primeiro dia pois dormi como um bebê assim que cheguei até o outro dia. Mas aqui estou sem sono nenhum pensando em todo o impacto causado em mim por esta cidade e tudo o que ainda verei na China hoje, depois de mais oito horas de vôo até Gouanghzu. È imagino que o Jet lag talvez persista até eu voltar para o Brasil quem sabe!?
De todo modo o tópico para este post é Dubai. Esta cidade talvez seja o exemplo vivo do que o SEBRAE vive propalando aos sete ventos, uma palavra simples, relativamente fácil de explicar, mas muito difícil de colocar em prática: empreendedorismo. Sim, Dubai é fruto da cabeça empreendedora e de uma visão de longo alcance (ehehe, lembrei dos Thundercats, mas o sheik provavelmente nem conhece o Lion). Acontece que em 1990 o sheik Rashid Bin Saeed Al Maktoum já sabia que o petróleo ia acabar em breve, sim vinte ou trinta anos para este homem era curto prazo. Ele então começou a pensar em projetos para transformar o deserto em uma terra produtiva. Não, ele não chamou a Embrapa nem a Monsanto com suas sementes modificadas de soja, especiais para terras áridas. Ele vislumbrou uma cidade cosmopolita. É claro que não era tão difícil ver Dubai nesta posição já que o porto daqui sempre foi muito importante para a ligação Ásia e Europa. Hoje, inclusive Dubai é um dos cinco maiores portos do mundo em movimento e está sendo ampliado pela brasileira Odebrecht.
Mas que visão foi essa então, né!? O que tem de especial em fazer uma cidade crescer quando se têm petrodólares circulando a rodo!? Bem, o que podemos observar ao redor de Dubai é um propósito de servir aos cidadãos e não à família real (ou os amigos) como é comum por estes lados (para não dizer em qualquer lugar onde o poder é exercido). O sheik viu a possibilidade de construir uma cidade melhor com tudo o que há de melhor.
Seu primeiro desafio foi ter terras boas que incentivassem o capital internacional. Bom, pensou ele, temos 72 Km de costa (aqui os dados são as vezes contraditórios já que a página de Dubai na internet fala em 60 Km e este dado nos foi passado na Anakheel – construtora do grupo Jumeira, de propriedade do sheik) quero dobrar isso. Parece óbvio, quem não sabe que a beira-mar é a área mais valorizada quando se pensa em empreendimento imobiliário, não é verdade!? É óbvio! Pois bem ele não duplicou apenas. Com todos os projetos em andamento ele está acrescentando à Dubai mais de 1000 km de costa. Seus projetos são tão audaciosos que é quase impossível por em palavras sua visão.
Ele contratou uma empresa holandesa com seus técnicos e máquinas para fazer ilhas artificiais e claro com conceitos estupendos. Por exemplo, a já mundialmente famosa Palm Jumeirah. Trata-se de um conjunto de ilhas que formam no mar o desenho de uma palmeira, significado da palavra Anakheel, nome da sua empresa. Com o metrô sendo finalizado, prédios, casas de luxo, resorts internacionais, parques temáticos e areia, muita areia do mar ele está erguendo um monumento para 1,1 milhão de pessoas. Olha que Dubai tem apenas 1,5 milhão de habitantes. Todo os Emirados Árabes(sete) têm segundo o nosso guia local Cristiano Cabral, cinco milhões de habitantes. Contudo o mesmo Cristiano questiona os números já que apareceram três milhões de pessoas pedindo renovação d visto que se encerram quando a pessoa fica sem empregador ou quando vence três anos.
Como estratégia de venda o Sheik Mohamed Bin Rashid Al Maktoum, filho do Sheik Rashid e atual monarca, ofereceu vistos de 99 anos para aqueles que comprassem casas no empreendimento, o resultado foi impressionante. Tudo foi vendido em três dias. Ele captou assim com o conceito e com esta facilidade bilhões de dólares de todo o mundo para iniciar o seu primeiro projeto. Isso foi em 2001. Até hoje não está pronto e a previsão é para 2010. Mesmo sendo do próprio Sheik o desafio lançado à sua empresa de duplicar a costa quando a empresa apresentou a solução ele desdenhou dela e solicitou um empreendimento maior, foi quando surgiu Palm Jebel Ali, o dobro da Palm Jumeirah. E a esta uma sucessão de projetos imobiliários e de prédios fantásticos.
Na Jebel Ali ele escreveu em árabe, em volta do “loteamento” uma poesia, sim ilhas pequenas em formas de palavras. Neste empreendimento entraram empresas como Bush Garden, Sea World, Aquatica, só para citar os parques temáticos. Um projeto para os próximos vinte anos. Junto com este ele lançou vários outros como um forma mundo, a The World. Sim, ilhas dispostas na forma do mapa mundi. Nesta, apenas convidados podem adquirir terrenos.
Para se ter uma ideia da valorização do terreno (antes água) das casas do Jumeirah elas foram vendidas 1,2 milhão de dólares, hoje valem cinco milhões de dólares. Antes que os ambientalistas o acusem de destruir o fundo do mar, explico, o mar aqui é interno, Golfo Pérsico (ou arábico, como eles preferem) é um deserto aquático, ou era, pois ele estão atraindo espécies e formando corais ao redor das construções. Ah, se a sua preocupação é o aquecimento global saiba que eles fizeram barreiras que se elevam a cinco metros acima do nível do mar para evitar ou postergar em centenas de anos a preocupação com a subida do nível do mar.
E claro, não foi só o mar que recebeu tratamento desta visão especial se não a cidade inteira está passando por transformações constantes. O maior prédio do mundo não acabou de ser construído aqui e eles já tem um projeto para um maior ainda. O shopping aqui tem uma pista de esqui artificial indoor. Tudo aqui é grande e como eu disse lá trás não é só para os apaniguados do cacique, mas para todos.
Aqui o trabalhador estrangeiro com visto tem direito a casa, saúde e educação. Sim seu salário é praticamente liquido. O cidadão então, nem se fala. Pode estudar em qualquer universidade do mundo. É sócio obrigatório de empresas multinacionais que queiram investir nos Emirados (a exceção para as áreas da cidade tidas como zona franca). Com a crise, por exemplo, começaram algumas demissões e o Sheik Bin Maktoum baixou um decreto: pode demitir todo mundo menos os cidadãos dos Emirados.
Aqui estão empresas de todo o mundo. Ponto crucial na logística internacional Dubai cada vez mais apaga a lembrança do óleo escuro e caminha na direção do comercio internacional e do turismo. Eu ainda volto para falar mais deste lugar, das mulheres daqui, do deserto e das construções arquitetônicas exuberantes deste país de Thundercats. A propósito vou postar uma foto do litoral de Dubai num futuro próximo, para o sheik.
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