Fortaleza(CE) - Um encontro nacional da cultura. Ponto a ponto a TEIA vem costurando a cultura brasileira. O objetivo dos pontos de cultura é promover ou facilitar atividades culturais que vem sendo desenvolvidas por ONGs e OSCIPs (Organização Social Civil de Interesse Público) do Brasil. O recurso de R$ 60 mil/ano durante três anos vem auxiliar principalmente a compra de equipamentos para a manutenção ou ampliação das atividades.
O TEIA este ano aqui em Fortaleza reúne cerca de quatro mil pessoas de todo o Brasil. São delegados de Pontos, Pontinhos e Pontões, Mestres da Cultura Popular, Griôs e artistas de todos os segmentos. Negros, índios, brancos e mestiços de modo geral. Mineiros, gaúchos, curitibanos, cariocas, paulistas, baianos, cuiabanos, enfim um caldeirão fértil e diversificado.
Aqui estão sendo feitas apresentações artísticas, seminários, debates que devem traçar caminhos novos a partir das experiências compartilhadas. No encontro também será realizado o III Fórum Nacional dos Pontos de Cultura para o qual os delegados, 2500 de todo o Brasil, foram convocados.
Mato Grosso
A delegação do estado inclui 56 representantes, entre pontos e semelhantes, e ainda, o grupo de cururueiros que se apresentaram na sexta-feira e o Linha Dura que se apresenta no sábado. Os Pontos do Mato reúnem dois pontos do pólo Juína; quatro do pólo Alta Floresta; dois, Barra do Garças; Rondonópolis, quatro; Cuiabá, dezesseis; Cáceres,três; Tangará da Serra, cinco; Sorriso, um; Juara, um; Sinop, dois e ainda os Pontões Ação Cultural, Núcleo Baé e Viola de Cocho. Somam-se a estes os pontinhos: Poesia Necessária, Quintal Artístico, Praticutuca e os Pontos que estavam conveniados diretamente com o ministério da Cultura: Porto das Artes, Memória e Identidade Indígena, Cuca Araguaia do Mato Grosso, Rede Yawalapiti, Cultura Apowe e Índios em Rede.
Particularmente faço parte do Ponto de Cultura Espaço Vitória, no Jardim Vitória e firmamos o convênio com a secretaria de estado de Cultura em dezembro do ano passado. O ponto Espaço Vitória pretende atender à comunidade do bairro e adjacências como já vem fazendo o Espaço Vitória que vinculado ao Instituto Centro de Vida – ICV. As atividades são: arte reciclagem, design de produtos, audiovisual, fotografia, teatro, meta-reciclagem e robótica, sempre levando em consideração a perspectiva ambiental e eco-sustentável.
Economia da Cultura
Participei do seminário de debate intitulado Economia Viva, que mistura economia criativa, solidária e sustentabilidade. É incrível como ainda precisamos provar que cultura é representativa para o setor econômico. Já no avião víamos a força do encontro, calculo que 80% dos lugares ocupados no vôo eram de pessoas ligadas ao evento. Os hotéis lotados. O Sebrae ofereceu o almoço para quatro mil pessoas. Os ônibus passavam a cada meia hora. Quantos empregos foram gerados? Quantos impostos foram pagos? Quantos produtos artesanais ou não foram vendidos?
Entender os gargalos da atividade cultural passa necessariamente por uma política tributária mais justa e adequada à realidade do setor. Para que um ponto de cultura venda produtos ele deve ser uma empresa, para tanto ao se constituir juridicamente é taxada como uma empresa comum. Os editais liberam recursos e solapam a parte do leão e da previdência de imediato.
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