terça-feira, 8 de setembro de 2009

Jericoacoara e a gastronomia




Julho, 2009 - Todas as férias são válidas. É verdade mesmo aquelas que não fazemos nada e ficamos em casa fazendo isso: nada. Às vezes é só o que queremos, não é! Bom, nestas férias não era isso que eu tinha em mente, nem mina esposa que estava ansiosa para curtir uma praia. Depois de muito avaliar resolvemos conhecer um lugar novo para nós: Jericoacoara. Eu já havia estado no Ceará há muitos anos e não tenho uma memória clara da experiência anterior. Contudo, minha esposa nunca tinha ido e resolvemos parar uns dias em Fortaleza com nosso filho.
A idéia foi chegar, descansar e “curtir” um city tour e em seguida ir para o beach park. O park aquático é realmente extraordinário. Mesmo sem ter feito nada além de cuidar do Artur foi tão bom vê-lo em êxtase com tanta água e escorregadores que não me arrependo nem um pouco. Para quem tem ISIC há um desconto de 20%. Vale a pena pois o ingresso adulto custou R$ 95,00.
No dia seguinte fomos para Jeri. A viagem começou mal, pois o transfer do hotel marcou para às 8h e chegou às 9h30. Paciência... O trajeto é longo. Para quem vai em dois casais é 1000 vezes melhor pegar um transporte particular (leia-se camionete ou land rover, R$ 100 ou 150 por pessoa respectivamente), no nosso caso fomos de microônibus o que custou R$ 65 por pessoa. Detalhe: o Artur de 3 anos também teve que pagar. Foram sete horas e meia. Isso mesmo, você não leu mal. Os 300 e poucos quilômetros dão uma canseira ‘braba’. Quando chegamos em Jijoca, que é o município ao qual pertence a praia (distrito) de Jeri troca-se de ônibus para uma jardineira toda aberta sem ar condicionado, onde comemos poeira durante pelo menos 50 minutos. Em um 4x4, particular, você gastaria 4h direto (sem paradinhas desagradáveis) com grande parte do trajeto pela praia.
A esta altura você pode pensar que não vale a pena tanto sacrifico, mas vale. Jericoacoara é um lugar mágico. Tudo muito simples, pé na areia o tempo todo e um cenário deslumbrante. Ficamos hospedados no Hotel Mosquito Blue. Ótimo. Com uma infraestrutura razoável, o restaurante onde tomamos café da manhã fica na praia, cercado de árvores e coqueiros e um chapéu de palha que fazem sombra e permitem uma visão privilegiada da praia de Jeri. No hotel tem duas piscinas e duas ‘jaccuzzis’ , além de sauna úmida.
Em Jeri optamos por conhecer os restaurantes evitando repeti-los. É claro que depois de descobrir o Tonhão, Sabor da Terra, ficou difícil não voltar. Mas tivemos a oportunidade de experimentar vários. O primeiro foi o do próprio hotel. A comida estava saborosa, mas o preço e a quantidade deixam a desejar. A noite comemos no Carcará que os meus pais recomendaram intensamente. Gostei, minha esposa achou sem sal. O ambiente é ótimo e as meninas apesar de um pouco aéreas atendem bem e são simpáticas. Lá se você tiver com criança pode pedir que elas tem giz de cera e papel para distrair os baixinhos. Nós comemos a sugestão do chefe, uma moqueca de peixe. É necessário dizer que minha esposa gosta de uma pimenta e de uma comida bem temperada e não foi o caso.
No dia seguinte ficamos na praia de Jeri. Não estava assim uma Brastemp porque este ano choveu demais e ainda havia muita areia em suspensão o que encobria o verde azulado característico do mar deixando uma impressão de rio. A duna do por do sol fica ao lado da praia é onde todos sobem para ver o sol se esconder no mar, uma visão linda. Neste dia almoçamos no Leonardo Da Vinci. Que maravilha!! Um espetáculo apesar do meu prato não ter sido assim o melhor, minha esposa pediu um filé com gorgonzola que enche a boca de saliva ainda hoje ao pensar nele. Eu comi uma massa feita lá, ótima, mas o acompanhamento, ou seja, o molho não me agradou muito. A carta de vinhos é excelente também, mesmo a taça era de um bom vinho.
No dia seguinte permanecemos na praia de Jeri e acertamos o passeio para as lagoas para o dia seguinte. E aproveitamos para andar um pouco na praia até a praia vizinha passando pelas pedras. Foi muito gostoso. O dia lá passa sem preocupação escorre lentamente como a areia nos dedos do meu filho. Paz e beleza que alegram o olhar.
O dia seguinte fomos a Tatajuba. Nossa que lugar lindo! No caminho passamos pela duna do funil que é altíssima e o Artur (3) topou descer no skibunda. Eu e a Marcella também descemos. Achei graça quando o cara disse para nos convencer que era R$ 5 e podia descer quantas vezes quisesse. Depois de descer e mergulhar na lagoa verdinha lá embaixo parece que a gente vai de novo, mas a subida desmotiva totalmente. Que canseira! Cheguei lá em cima e ouvi ele dizendo para outro desavisado se descer quatro vezes não paga! KKKKKKK. Só o Artur desceu de novo e claro o menino que desceu com ele o trazia no braço de volta. Impressionante a disposição deles que descem diversas vezes pois buscam o ski lá embaixo sempre que alguém desce e andam para chegar na duna com seus isopores pelo menos uns 2Km.
Em Tatajuba há redes na água. Um deleite. A comida é um caso a parte. Quando pedimos o cardápio o garçom trouxe uma bandeja com lagosta, camarão e peixe. Escolhemos a lagosta e o camarão pois não sabíamos se o Artur ia gostar de lagosta. Bom ele e nós comemos até nos esbaldar. A lagosta servida fartamente (pelo menos 8) passadas na brasa e o camarão e acompanhamentos. Nossa! Estava maravilhoso. O preço então! Pelas lagostas eu me lembro, pagamos R$ 40,00.
Pedimos algumas dicas para o bugueiro que falou dos restaurantes da Dona Amélia e do Tonhão. Fomos experimentar a Dona Amélia e para a Marcella o melhor arroz de Jeri. O camarão estava ótimo. Não resistimos e comemos de novo na Dona Amélia e aí uma moqueca de peixe que estava divina na noite do dia seguinte.
Durante este dia fomos à lagoa do coração e à Barrinha. Piscinas de água de chuva no meio das dunas. A água transparente o calor incrível e o convite inevitável ao banho. Experimentamos um camarão na lagoa do coração que também estava muito bom, apesar do preço não ser assim tão convidativo , R$ 20 por dez camarões grandes. O almoço este dia foi na praia de Azul do Mar. Um restaurante apreciado pelo Guia Quatro rodas e que faz jus a sua estrela. Comemos um peixe maravilhoso!! Super simples o espaço do restaurante fica na areia e o restaurante em si, cozinha e etc, fica do outro lado da rua. A praia do Preá, endereço do rest., é o paraíso para o kite surf com um vento permanente.
No dia seguinte descobrimos o Tonhão. O restaurante Sabor da Terra fica na rua do Forró, a mesma do Carcará e da Dona Amélia. O sabor e o preço são incomparáveis. Comemos muito bem, fomos bem servidos e não pagamos muito por isso. Resultado voltamos outras duas vezes. Comemos lá lagosta e camarão. No Carcará voltamos mais uma vez para fazer a prova dos nove, mas de novo não foi 100% pois o bobó de camarão que minha esposa pediu estava muito sem graça. O risoto que eu pedi de camarão estava bom. Mas o preço lá não é muito convidativo, para pagar R$ 100,00 na conta preferi o Leonardo Da Vince que fica na principal mais abaixo da onde a rua se fecha para o tráfego de carros.
No caso do passeio de buggy sugiro uma visita na rua principal à associação de bugueiros, assim você fica respaldado até pra negociar com outros bugueiros que chovem nos hotéis.

Em Fortaleza

Comemos em diversos restaurantes indicados pela Revista Veja. Entre eles: Vignoli (Pizzaria), Sal e Brasa (churrascaria) e Lô (contemporânea). Disparado o melhor deles sem dúvida nenhuma foi o Lô. Uma surpresa hiper agradável com um bacalhau que está entre os melhores que já comi na vida. Olha que a minha Vogra (Vó da minha esposa) é portuguesa e faz um bacalhau divino. E conheço também o do Antiquarius e um outro maravilhoso aqui da Chapada dos Guimarães conhecido por Restaurante Estilo, que já foi surpreendente e hoje não sei como anda porque as duas últimas visitas que fiz fiquei triste com o resultado (acho que a dona não cozinha mais e as cozinheiras ainda não conseguiram aprender 100%).
Bom é isto... Se eu lembrar de mais alguma coisa eu posto depois. Valeu!







tem no meu flickr algumas fotos da Pedra Furada.

Um comentário:

  1. Claudio, fiquei com ainda mais vontade de ir pra Jeri. Sempre desistia por conta da longa viagem, mas sei que valeria a pena.
    Pena que não teve fotos aqui no post!Falando nisso, tenho q explicar a foto com o bebê no meu blog. Ele é só meu afilhado, mas é o filhão de uma amiga muito querida.
    Abração, Bea

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