O compositor e cantor paraibano esteve recentemente (06/12/08) em Cuiabá. Dada a insistência da esposa e o dever jornalístico fui conferir de perto o show. Preciso confessar que não estava assim, com um humor muito açucarado, para não dizer ácido, ou melhor, azedo. Eu já não esperava um show extraordinário, para dizer a verdade esperava o ordinário, o óbvio ululante.
E de certo modo foi exatamente o que o ídolo apresentou. Uma série de sucessos, uns mais antigos, outros um pouco mais novos, que atenderam à demanda de fãs de todas as idades que praticamente cantaram o tempo inteiro com o paraibano. Nada contra, aliás todo músico que demora muito em voltar a uma cidade precisa de certo modo mostrar aquilo que as pessoas pagaram para ouvir: os sucessos.
O problema é que ele não é mais o mesmo. Talvez isto não seja um problema, afinal de contas todos nós envelhecemos. Sua voz já não alcança o mesmo patamar de outrora, a cozinha (músicos da banda) que o acompanhava muitas vezes soava mais alto do que seria necessário. Faltou para mim um pouco mais de entusiasmo, de paixão mesmo. Também creio que o local é de uma acústica sofrível. A arrumação das mesas e da área VIP apenas aumentava o abismo entre aqueles que não se agüentavam sentados, ou seja, dançaram e cantaram o tempo todo, e o músico, que precisa beber desta fonte formidável de energia fornecida pela platéia calorosa.
O que me faz ter uma visão tão crítica do show mesmo gostando muito das suas composições, talvez seja o fato de tê-las ouvido em ambiente aberto, sob a luz da lua em São Thomé das Letras há mais ou menos dez anos. Outro Tempo, outro Espaço. Mais vida e mais enthousiasmós.
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